Foto: Reprodução
De cunho filosófico, o filme mergulha, literalmente, num mar existencialista, onde o passado e o presente dos personagens se confunde com o passado e o presente do próprio Mundo. Nesse contexto, o tempo, as relações pessoais, questões de vida e morte, fé e ceticismos, amor incondicional, sentimentos ambíguos, de reconhecimento e estranheza, se fazem presentes tomando uma dimensão tão grande quanto a própria existência. Avaliados ou melhor, sentidos de forma profunda, com toda a dor e a beleza do ser, as experiências e sentimentos são expostos através de questionamentos silenciosos, capturados por imagens que têm muito à dizer. Não há muito diálogo; mas expressões, olhares, gestos, atitudes, movimentos e comportamentos que falam por sí. A cada cena, uma avalanche de sensações que soterram o espectador, forçando-o à sair da zona de conforto. Qual o impacto do Tempo e do Modo de Ser, diante da Vida? E como julgá-los? Como ser, por exemplo, suporte na formação de alguém, quando as próprias questões ainda estão por ser resolvidas? Como saber que, na tentativa do acerto, os sentimentos tornam-se confusos e remetem aos olhos alheios, como erro? Na face da morte, como encarar a fé? Que sentido faz a teoria do criacionismo e do evolucionismo? Como lidar com todos esses elementos diante da urgência, da efemeridade da vida, da nossa finitude? Sim, o tempo, senhor absoluto, lembra-nos à todo instante, de forma implacável e resoluta, que não estamos no comando, mas coadjuvantes em um cenário muito complexo. No entanto, o autor em posição de xeque-mate, nesse jogo ilusório, real/imaginário e necessário à sobrevivência, por momentos, desloca esse poder absoluto para nossas mãos. Onde reside os valores, o que realmente importa? O tempo é longo e curto para refletirmos. Resta-nos apenas decidir o que fazer com o tempo que nos é dado! Minhas indagações foram inúmeras, porém, comuns à todos que veem o mundo com delicadeza e sensibilidade! Logo no início o autor indica dois caminhos a seguir, o da graça ou o da natureza, ressaltando a ausência ou presença de dor na escolha. Ao longo do filme, percebe-se, no entanto, que não há caminho seguro. A dor esteve presente em ambos! Há como fugir da dor? Não será, necessária, para atingir o estado de graça? Ou a graça, vivenciada, impedirá que a dor se instale? E o que o tempo tem a ver com isso? Será preciso viver uma vida inteira para entender ou é possível precocemente aperceber-se disso tudo?
A árvore da vida é um filme lindo, cheio de simbologia e metáfora, para ser vivenciado, sentido na sua plenitude. Como esbarra no "eu" resulta numa experiência estritamente pessoal, portanto, absoluta e intransferível. Se puder, assista; assombre-se ou não com seus questionamentos e tire as próprias conclusões. O tempo é agora!!! Boa viagem!!!
Mademoiselle Très Chic
Voilá
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